Montar um sistema de sonorização de ambientes é uma tarefa que exige planejamento, estudo de necessidades, constante atualização e principalmente, conhecimento técnico permanente. Ainda que esses quesitos sejam obedecidos, não são raros os casos em que, depois que o projeto foi desenvolvido e instalado, se percebe que a propagação do som não está ocorrendo da maneira adequada. Por que isso pode acontecer?
Na maioria dos casos, pequenos ajustes na parte técnica podem resolver essas situações, mas há episódios em que essa intervenção fica complicada. Como alguns projetos fazem intervenções arquitetônicas, reposicionar equipamentos ou aumentar a quantidade de caixas de som, por exemplo, pode ser uma opção fora de cogitação.
Para evitar retrabalhos, é importante que o profissional dê tanta importância ao desenvolvimento do croqui inicial quanto costuma dar às etapas de venda e instalação, considerando uma série de variáveis. Se pensadas no momento da elaboração dos procedimentos iniciais, o resultado será melhor, a sonorização será mais eficiente e o cliente ficará mais satisfeito com o sistema, que terá tempo de aproveitamento muito superior àqueles feitos de forma improvisada.
Como a arquitetura de alguns ambientes não foi desenhada considerando um sistema de sonorização ambiente, há diversos casos de instaladores que se constrangem com o resultado final e de clientes que, sem entender os fatores externos que interferem na propagação do som, acreditam que o trabalho foi mal feito. Esses fatores vão desde o tipo de paredes do local, a rugosidade dos materiais do mobiliário e outros itens, a metragem quadrada do espaço e até aos ângulos de dispersão acústica e aos materiais empregados na construção dos alto-falantes e das caixas de som.
Características da boa propagação do som
Para entender como melhorar a resposta acústica de um projeto de sonorização ambiente, é fundamental relembrar de um conceito básico da física que é a base de qualquer projeto que envolva a transmissão de mensagens sonoras: a forma como o som se manifesta.
Você deve se lembrar que o som não se propaga no vácuo, e precisa de meios que possam se “deformar” por meio da vibração produzida pelos alto-falantes para ser percebido pelo ouvido humano. Ao receber um estímulo elétrico (o sinal vindo do amplificador, por exemplo), o diafragma (cone) do projetor sonoro se movimenta, fazendo com que as partículas de ar que o rodeiam sejam deslocadas. Esse processo, repetido milhares de vezes por segundo, é o que produz os sons que ouvimos.
Entendido isso, é importante saber que a compressibilidade, a temperatura e a densidade do ambiente em que o som será produzido interferem diretamente na qualidade dele. Esses fatores também podem aumentar ou diminuir a velocidade de propagação das ondas sonoras, que tem velocidade média de 344 metros por segundo (m/s) a uma temperatura média de 21º. Se considerarmos outros materiais, como a água ou um metal, esses valores se altera para 1480 m/s e 5150 m/s, respectivamente.
Dessa forma é fácil perceber que se o local onde o sistema será instalado não for adequado, não é a quantidade de equipamentos ou o tamanho das caixas acústicas que vai melhorar a inteligibilidade do conteúdo propagado. Isso explica porque ambientes como igrejas, que têm projetos arquitetônicos muito antigos, paredes lisas e ângulos retos, costumam ter muita reverberação — o que prejudica sobremaneira a compreensão do que é dito ou das músicas que são executadas.
Como os ambientes interferem na propagação do som
Superfícies de quaisquer naturezas interagem diretamente com as ondas sonoras produzidas pelo sistema de sonorização ambiente. Por exemplo:
- Superfícies côncavas: concentram as ondas refletidas, que são consideradas as mais danosas à percepção acústica;
- Superfícies convexas: com efeito contrário, elas ajudam a distribuir o som por todo o ambiente. Essas formas são usadas quando se quer um campo acústico difuso em estúdios e salas de espetáculo, por exemplo.
Quando uma onda sonora encontra esses obstáculos durante o trajeto, ocorre a mudança de direção e de intensidade — um fenômeno conhecido como difração. O fenômeno ocorre quando o som encontra uma superfície que possui uma abertura ou ao atingir o canto de um objeto.
Há ainda outro aspecto importante: os coeficientes de absorção e refração dos materiais. O índice é calculado a partir da relação entre a quantidade de som refletida, absorvida e transmitida para o outro lado da superfície, e apresenta valores que variam entre 0 e 1 — onde nenhum som é refletido, há 100% de absorção (coeficiente 1).
Outra interferência causada pelo ambiente nas ondas sonoras é a reverberação. Ela acontece quando o som é refletido dentro do próprio ambiente ambiente. Algumas pessoas chamam-na incorretamente de eco, já que a sensação é de uma repetição num tempo menor. É ela que pode fazer com que os sinais sonoros sejam ouvidos, porém não compreendidos.
Solucionando problemas de propagação
Como dissemos no começo deste texto, a contratação de profissionais qualificados para a instalação de sistemas de sonorização ambiente é o primeiro passo a ser dado após a tomada da decisão. Por isso é importante oferecer, além de excelentes equipamentos, consultoria especializada para atender às necessidades do cliente.
É comum que o usuário final não disponha de todo o conhecimento necessário para compreender a diferença entre o que é causado por características físicas e o que é falha de projeto. Por isso é fundamental municiá-lo com o máximo de informações possíveis.
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